Editora Alfaguarra
200 págs
Um rapaz ingênuo, recém contratado em um jornal, depara com pessoas peculiares, que inicialmente acreditava serem colecionadores excêntricos.
Envolvendo-se à medida que seu interesse por livros aumentava, se vê mergullhado em uma sociedade discreta de denominados de “Antiquari”. Seres que se acercavam de livros, lembranças materiais e supersticiosos, possuidores da “sede primordial”.
A sutileza do texto e narrativa não entrega logo de cara do que se tratam esses seres peculiares, facilmente confundidos como excêntricos. A sutileza é tanta que nem se utiliza a alcunha malfadada de “vampiro”. O fato de não mencionar ou insistir nessa palavra ou tipo estereotipada é bem colocada de tal maneira que torna-o diferenciado e fugindo do clichê mais que batido nessa última moda literária a la Crepúsculo.
Por causa dessa diferenciação, não se utiliza dos traços mais comuns que denotam as histórias batidas vampirescas, tais como o uso dos caninos para sugar o sangue. Para tal, usa-se o meio mais plausível de se obter o líquido para sua sede: alfinetes.
É inevitável que remonte histórias já publicadas ou que ouvimos falar. Não podia de deixar de lembrar o estilo de Zafón (A Sombra do Vento e outros), principalmente ao fato do detalhe da menção de parte da ambientação ser em uma livraria, por se focar em livros e além da bruma de mistério que paira em sua ambientação como um todo.
Apesar dos pontos em similaridade, a escrita do autor se mostra única em seu trabalho que em nada deixa a desejar. Mais um livro surpreendente, além do tema e por ser um escritor latino-americano, que em qualidade literária em nada deve aos autores conhecidos.